Exposições
PhotoFidalga
“... – Poesia é a ocupação da palavra pela Imagem.
- Poesia é a ocupação da Imagem pelo Ser.”
“...Acho que o nome empobreceu a imagem.”
Manoel de Barros
Sobre aqueles para quem a fotografia é uma prática compulsiva e em gestação.
Sobre aqueles para quem a fotografia é um desafio localizado, uma resposta.
Sobre aqueles para quem a fotografia é um registo da sua obra criativa, conjurando diferenças.
Sobre aqueles artistas – todos – que, em Lisboa, aderiram incondicionalmente a Photofidalga@Palácio de Pombal, como referiu Lourenço Egreja.
Não sei quantos fidalgos e fidalgas, conheci em Setembro do ano passado, quando estes viajaram e permaneceram em Lisboa durante algumas semanas, por ocasião da Photofidalga@CarpeDiem. Foi contagiante a sua coesão, salvaguardadas as identidades; a atitude de fruição e seriedade profissional convivendo num espaço carregado de história e actualidade ad simultaneum... O entusiasmo e dedicação dos artistas ficaram bem demonstrados na solidez e coerência das obras apresentadas. Quer isto dizer que, atendendo à diversidade de linguagens correspondentes aos, então 61 autores, gerou-se uma unidade. Essa unidade radica na comunhão de ideais, nessa espécie de espírito de convergência que é enriquecido, precisamente, pela heterogeneidade de ideias, actos e obras.
A caixa contendo as 61 fotografias viajou até Norte. Chegou a terras do Porto, onde o rio Douro e o mar se ligam; as ruas serpenteiam-se em texturas urbanas que deixam transparecer diferenças e proximidades... A este conjunto, acrescem mais 4 imagens concebidas especificamente para esta itinerância.
As fotografias estendem-se por diferentes salas da casa, onde reside a Quase Galeria. Uma casa recuperada, arquitectura centenária que, é diariamente, vivida por utentes e visitantes. Este espaço, que é igualmente de TODOS (Espaço T), é um projecto/instituição onde se realizam actividades culturais e educacionais promovendo uma solidariedade entre todos que É, que existe. Vejo, assim, afinidades humanistas relativamente ao que imagino seja o Ateliê dos Fidalga ...
A disparidade dos conteúdos iconográficos (+ semânticos) constante nas 65 fotografias propõe uma espécie de viagem. Certo que essa viagem seja uma deambulação, uma peregrinação pela imaginação criativa, pela intuição geradora, pela conceptualidade enxuta ou pela assunção de referencialidades singulares. As utopias convertem-se em fragmentos de papel onde registros foram imprimidos, com definição e rigor. A respiração do espectador, ao contemplar esta mostra, percepciona intervalos de ser, entre paisagens fabricadas ou naturais, figurações – quiça fruto de apropriação; auto-retratos perfomatizados, zoomorfias, flora de minúcia maneirista..., registo de obras bi ou tridimensionais, naturezas-mortas (construídas), algo assim como trompe l’oeil que seja terra de ninguém (e de todos) entre a pintura, o desenho... As temáticas, embora diferenciadas, são susceptíveis de serem categorizadas, como mencionei, assinalando-se a concepção de radicação antropológica-cultural, pois o artista é pessoa.
O mundo fragmentado em relíquias de idêntica medida, significando que todos têm direito a si mesmo e a outrem, numa conversa de culturas.
por Maria de Fátima Lambert | Porto, Setembro 2010
Texto realizado para a exposição PhotoFidalga na Quase Galeria, Porto, Portugal
http://issuu.com/leonelmorais/docs/photofidalga_itiner_ncia_quase_galeria/5
PhotoFidalga, 2009 / 2010
Carpe Diem Arte e Pesquisa, Lisboa, Portugal
Quase Galeria, Porto, Portugal
Modern Art Center Kulanshi, Astana, Cazaquistão
Coletiva de fotografia a partir da expressão carpe diem, com a participação de todos os artistas.
PhotoFidalga, 2009 / 2010
Carpe Diem Arte e Pesquisa, Lisboa, Portugal
Quase Galeria, Porto, Portugal
Modern Art Center Kulanshi, Astana, Cazaquistão
Coletiva de fotografia a partir da expressão carpe diem, com a participação de todos os artistas.
PhotoFidalga, 2009 / 2010
Carpe Diem Arte e Pesquisa, Lisboa, Portugal
Quase Galeria, Porto, Portugal
Modern Art Center Kulanshi, Astana, Cazaquistão
Coletiva de fotografia a partir da expressão carpe diem, com a participação de todos os artistas.